
Nova onda de terremotos sacode ilha grega de Santorini

Uma nova onda de terremotos, incluindo um de magnitude superior a 5, abalou a ilha grega de Santorini nas últimas horas, informaram os cientistas nesta quinta-feira (6), indicando que foram registrados mais de 7.700 sismos na região em 10 dias.
A Defesa Civil anunciou que foi decretado "estado de emergência" até o dia 3 de março na ilha, famosa em todo o planeta.
Na noite de quarta-feira, foi registrado um terremoto de magnitude 5,2, o mais forte desde o fim de semana, seguido de outros sete nesta quinta-feira entre 02h23 GMT e 03h36 GMT (23h23 de quarta e 0h36 de Brasília), informou o Instituto Geodinâmico de Atenas, autoridade de referência para a análise sísmica na Grécia.
Entre 26 de janeiro e 4 de fevereiro, foram detectados mais de 7.700 tremores na zona marítima entre Santorini e a ilha vizinha de Amorgos, também bastante turística, informou por sua vez o laboratório de sismologia da Universidade de Atenas (EKPA).
Os especialistas ainda não conseguiram estimar quando a atual atividade sísmica terá fim, mas asseguram que ela não tem precedentes.
"A intensidade está diminuindo, mas ainda não se estabilizou", disse o diretor de pesquisa do Instituto Geodinâmico de Atenas, Athanassios Ganas, à televisão pública ERT.
"Estamos na metade do caminho", acrescentou o diretor-adjunto do instituto, Vassilis Karastathis, ao mesmo canal.
O governo grego vai lançar em breve uma plataforma digital para informar à população tremores ou outras catástrofes naturais, anunciou o porta-voz do Executivo, Pavlos Marinakis.
- Cinco zonas de "alto risco" -
Santorini tem apenas cerca de 15.000 habitantes, mas é um destino turístico saturado: foram 3,4 milhões de visitantes recebidos em 2023.
Mas desde o domingo, mais de 11.000 moradores e trabalhadores temporários deixaram a ilha por mar e ar.
Segundo os especialistas, a região não havia experimentado uma atividade sísmica semelhante desde que os registros começaram em 1964.
"O cenário mais provável é que a atividade sísmica continue por dias ou semanas com a mesma intensidade", declarou Efthymios Lekkas, diretor da Autoridade Grega de Planejamento e Proteção contra Sismos, ao canal ERT.
Santorini está situada sobre um vulcão que entrou em erupção pela última vez em 1950, embora, segundo um comitê de especialistas, os terremotos atuais "não estejam relacionados à atividade vulcânica", mas sim a movimentos tectônicos.
Lekkas alertou na quarta-feira que foi detectado um risco de deslizamento de terra em cinco áreas de Santorini e disse que elas estão sendo "examinadas". Uma das áreas "de alto risco" seria o porto, Anthinos, por onde transitam "1,5 milhão de turistas por ano", alertou o especialista.
Além disso, lembrou que "o risco de deslizamentos é alto ao longo de quase todas as encostas da caldeira de Santorini", devido ao "grande número de pessoas que visitam a ilha durante pelo menos oito meses ao ano".
Até o momento, os tremores não causaram danos nem deixaram feridos, embora as autoridades tenham enviado equipes de resgate e sensores sísmicos adicionais.
Escolas em mais de uma dúzia das ilhas do arquipélago das Cíclades foram fechadas por precaução até sexta-feira.
L.Ziegler--BlnAP