
Suspeito de atentado no aeroporto de Cabul será julgado nos EUA

O dirigente do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) suspeito de organizar o ataque de agosto de 2021 no aeroporto de Cabul, que matou 183 pessoas, incluindo 13 soldados americanos, foi preso e será julgado nos Estados Unidos, informou o Departamento de Justiça americano.
O ataque ocorreu durante a retirada dos Estados Unidos do Afeganistão, que abriu caminho para a entrada dos talibãs em Cabul e provocou a fuga de milhares de afegãos para o aeroporto, em uma tentativa de escapar dos novos governantes do país.
Em uma das áreas de acesso ao aeroporto, protegida pelas tropas de Washington, um homem-bomba detonou uma carga explosiva que matou 170 afegãos e 13 soldados americanos.
O agressor que detonou os explosivos foi identificado como Abdul Rahman al-Logari, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA.
O ataque ocorreu em 26 de agosto de 2021. As tropas americanas evacuaram o aeroporto em 31 de agosto.
Criticando a retirada como "catastrófica e incapaz" sob o governo Biden, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a prisão do "terrorista responsável por esta atrocidade" em seu discurso ao Congresso na noite de terça-feira.
"Neste momento, ele está vindo para cá para enfrentar rapidamente a espada da justiça americana", afirmou o republicano, que agradeceu ao Paquistão pela ajuda na captura.
O suspeito, considerado o "mentor" do ataque, é Mohamad Sharifullah, disse a secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, em um comunicado nesta quarta-feira.
O homem, que foi preso pelos serviços secretos do Paquistão com base em informações da CIA, será levado a um tribunal na Virgínia, onde poderá ser condenado à prisão perpétua, disse Bondi.
O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, agradeceu a Trump por ter reconhecido "em seu justo valor" o papel de seu país no apoio aos "esforços antiterroristas no Afeganistão", em uma mensagem no X.
O Paquistão acusa o governo talibã de não eliminar os militantes que se refugiam em seu território para preparar ataques, acusações negadas por Cabul, que por sua vez culpa Islamabad por hospedar células "terroristas".
O governo talibã rejeitou novamente essas acusações nesta quarta-feira e declarou em um comunicado que a prisão de Sharifullah "prova" que os esconderijos dos jihadistas estão em território paquistanês.
D.Mayer--BlnAP